| "Exu" - foto de Edmilson Silva da escultura de Mario Cravo na Fundação Casa de Jorge Amado. <http://www.flickr.com/photos/edmilsonsilva/94019382/>  | 
Exu come  tudo que a boca come, bebe cachaça, é um cavalheiro  
andante e um menino  reinador. Gosta de balbúrdia, senhor dos caminhos, 
 mensageiro dos  deuses, correio dos orixás, um capeta. Por tudo isso  
sincretizaram-no  com o diabo; em verdade ele é apenas o orixá em  
movimento, amigo de um  bafafá, de uma confusão mas, no fundo, excelente
  pessoa. De certa  maneira é o Não onde só existe o Sim; o Contra em  
meio do a Favor; o  intrépido e o invencível. Toda festa de terreiro  
começa com o padê de  Exu, para que ele não venha causar perturbação.  
Sua roupa é bela: azul,  vermelha e branca e todas as segundas-feiras  
lhe pertencem. Há várias  qualidades de Exu: Exu Tiriri, Exu Akessan,  
Exu Yangui, muitos outros.  Exu leva o ogó, sua insígnia, e gosta de  
sentir o sangue dos bodes e dos  galos correndo em seu peji, em   
sacrifício.
Texto de Jorge Amado, disponível no site da Fundação Casa de Jorge Amado. 
<http://www.jorgeamado.org.br/?page_id=53>
<http://www.jorgeamado.org.br/?page_id=53>
Foi feito despacho de Exu, para que ele não viesse perturbar a boa marcha da festa. E Exu foi para muito longe, para Pernambuco ou para a África.
E Exu, como tinham feito o seu despacho, foi perturbar outras festas mais longe, nos algodoais da Virgínia ou nos candomblés do Morro da Favela.
Uma vez tinham metido Jubiabá na chave, o pai-de-santo passara a noite lá e tinham levado Exu. Foi preciso que Zé Camarão, que era finório como ele só, fosse buscar o Orixá - lá na própria sala do delegado, nas barbas do soldado. Quando o malandro chegara com Exu debaixo do casaco foi uma festa. E houve uma macumba que durou a noite toda para desagravar Exu que estava furioso e poderia perturbar as outras festas depois.
E Exu, como tinham feito o seu despacho, foi perturbar outras festas mais longe, nos algodoais da Virgínia ou nos candomblés do Morro da Favela.
Uma vez tinham metido Jubiabá na chave, o pai-de-santo passara a noite lá e tinham levado Exu. Foi preciso que Zé Camarão, que era finório como ele só, fosse buscar o Orixá - lá na própria sala do delegado, nas barbas do soldado. Quando o malandro chegara com Exu debaixo do casaco foi uma festa. E houve uma macumba que durou a noite toda para desagravar Exu que estava furioso e poderia perturbar as outras festas depois.
Trechos retirados do livro Jubiabá, de Jorge Amado (Companhia das Letras, 2008).
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