O Museu Afro Brasil foi fundado em 2004 por seu diretor e curador, o artista Emanoel Araújo.
Localizado no pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, a instituição possui mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
(Texto adaptado da apresentação disponível no site da instituição).
Exu, orixá mensageiro entre os homens e os deuses, é uma das figuras mais polêmicas do candomblé. Desde sua origem na África, está associado ao poder de fertilização e à força transformadora das coisas. Nada se faz, portanto, sem sua permissão. Entre os objetos que o representam está o ogó, instrumento de madeira esculpido em forma de pênis e adornado com cabaças e búzios, que representam os testículos e o sêmen.
Espírito justo, porém vingativo, Exu nada executa sem obter algo em troca e não esquece de cobrar as promessas feitas a ele. Um mito iorubano conta que dois amigos esqueceram de fazer as oferendas devidas a Exu. este colocou então na cabeça um chapéu pintado de um lado vermelho e de outro branco. Ao passar entre os dois amigos, cumprimentou-os e prosseguiu. Os amigos intrigados se questionaram: " Quem seria o andarilho com aquele chapéu vermelho?". O outro retrucou: "Não, o chapéu era branco". Discutindo a respeito da cor do chapéu, os amigos começara a brigar até se matarem...
O dia de Exu é a segunda-feira, dia das almas no calendário católico, e sua comida preferida é o galo, farofa de dendê, pimenta e cachaça. Com essas atribuições é fácil de imaginar porque o culto a Exu era visto como demoníaco pela Igreja já na África e no Brasil colonial. A associação com esta divindade com o demônio, que era invocado nas orgias sexuais das bruxas da Idade Média, deu-lhe feições de diabo com chifres, rabo e patas de bode no lugar das mãos. No rito jeje, o deus mensageiro é Elebará e no rito angola é Aluviá (masculino) e Pombagira (feminino).
(Texto disponível na exposição permanente do Museu Afro Brasil)
(Texto disponível na exposição permanente do Museu Afro Brasil)
O ensaio abaixo apresenta algumas das peças do acervo permanente em exibição. Clique sobre as imagens para vê-las em tamanho ampliado. O blog Reconstruindo Exu recomenda enfaticamente aos seus leitores que visitem o Museu Afro Brasil. O museu está aberto de terça-feira a domingo, das 10 às 17h. O ingresso custa R$ 6,00 e aos sábados a entrada é gratuita. Para mais informações acesse o site da instituição: http://www.museuafrobrasil.org.br
Exu Metal |
Exu Goiás Madeira e fibra vegetal |
Hugo Negrini Exu Resina de poliéster e tinta automotiva |
José Alves Barca dos Exus Madeira pintada, fibra vegetal e metal |
Nelson Leirner O cortejo 2009 Instalação |
Tamba Viagem dos exus e Exus Cachoeira, Bahia |
Aldemir Martins Exu 1966 Aquarela e nanquim sobre papel |
Carybé Exu Tecido, metal, madeira, conchas |
Chico Tabibuia Exus Madeira |
Exu Nigéria Madeira |
Exu Nigéria Madeira |
Pierre Verger Exu Fotografia |
Chico Tabibuia Exu Madeira policromada |