quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Origens de Exu - parte 6: Exu no Novo Mundo

Série de postagens a respeito das origens de Exu com base na investigação de Pierre Verger, apresentada no livro Orixás - Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo.

Ogó de Exu. Nigéria, século XIX.
Acervo do Art Institute of Chicago.

Oriundos de diversas partes do continente, os africanos que aportaram nas Américas não possuíam, portanto, uma religião unificada, ainda que muitos deuses (orixás) fossem os mesmos. Por outro lado, os próprios orixás possuem múltiplos aspectos ou facetas, como cita Pierre Verger no livro Orixás - Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, ao falar de Exu:

"Diz-se na Bahia que existem vinte e um Exus, segundo uns, e apenas sete, segundo outros. Alguns dos seus nomes podem passar por apelidos, outros parecem ser letras dos cânticos ou fórmulas de louvores. Eis alguns: Exu-Elegbá ou Exu-Elegbará e seus possíveis derivados: Exu-Bará ou Exu-Ibará, Exu-Alaketo, Exu-Laalu, Exu-Jeto, Exu-Akessan, Exu-Loná, Exu-Agbô, Exu-Larôye, Exu-Inan, Exu-Odora, Exu-Tiriri."

Assim, conforme os africanos vão se agrupando pelo continente, vão estruturando os cultos aos orixás de acordo com as condições que lhes são impostas. Não sendo estas condições idênticas em cada local, os cultos se apresentam sob diferentes nomes e estruturas rituais. Deste modo, não é de se estranhar que Exu igualmente se materialize sob diferentes características e nomes.
No Brasil, Exu permanece como orixá no Candomblé, mas se apresenta como um espírito na Umbanda e na Quimbanda. Neste caso, é chamado exu quando masculino e pombagira quando feminino.
Em Cuba o culto aos orixás é chamado Santería, e o equivalente a Exu é chamado Eleguá e cultuado sob a forma de orixá. A Santería também aportou em outros países da América Latina, como Venezuela e Peru. Também em Cuba desenvolve-se o Palo Mayombe, ou Palo Monte, ou simplesmente Palo e o culto a Lucero. O Palo Mayombe também chega a diversos paises da América do Sul e América Central, incluindo o México.
No Haiti desenvolve-se o Vodu e o culto a Papa Legba.
Por fim, no Suriname, Exu assume o nome Leba no culto conhecido como Winti.

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