segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Exu no Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil  foi fundado em 2004 por seu diretor e curador, o artista Emanoel Araújo. 
Localizado no pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, a instituição possui mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
(Texto adaptado da apresentação disponível no site da instituição). 

Exu, orixá mensageiro entre os homens e os deuses, é uma das figuras mais polêmicas do candomblé. Desde sua origem na África, está associado ao poder de fertilização e à força transformadora das coisas. Nada se faz, portanto, sem sua permissão. Entre os objetos que o representam está o ogó, instrumento de madeira esculpido em forma de pênis e adornado com cabaças e búzios, que representam os testículos e o sêmen.
Espírito justo, porém vingativo, Exu nada executa sem obter algo em troca e não esquece de cobrar as promessas feitas a ele. Um mito iorubano conta que dois amigos esqueceram de fazer as oferendas devidas a Exu. este colocou então na cabeça um chapéu pintado de um lado vermelho e de outro branco. Ao passar entre os dois amigos, cumprimentou-os e prosseguiu. Os amigos intrigados se questionaram: " Quem seria o andarilho com aquele chapéu vermelho?". O outro retrucou: "Não, o chapéu era branco". Discutindo a respeito da cor do chapéu, os amigos começara a brigar até se matarem... 
O dia de Exu é a segunda-feira, dia das almas no calendário católico, e sua comida preferida é o galo, farofa de dendê, pimenta e cachaça. Com essas atribuições é fácil de imaginar porque o culto a Exu era visto como demoníaco pela Igreja já na África e no Brasil colonial. A associação com esta divindade com o demônio, que era invocado nas orgias sexuais das bruxas da Idade Média, deu-lhe feições de diabo com chifres, rabo e patas de bode no lugar das mãos. No rito jeje, o deus mensageiro é Elebará e no rito angola é Aluviá (masculino) e Pombagira (feminino).
(Texto disponível na exposição permanente do Museu Afro Brasil)

O ensaio abaixo apresenta algumas das peças do acervo permanente em exibição. Clique sobre as imagens para vê-las em tamanho ampliado. O blog Reconstruindo Exu recomenda enfaticamente aos seus leitores que visitem o Museu Afro Brasil. O museu está aberto de terça-feira a domingo, das 10 às 17h. O ingresso custa R$ 6,00 e aos sábados a entrada é gratuita. Para mais informações acesse o site da instituição: http://www.museuafrobrasil.org.br

Exu
Metal

Exu
Goiás
Madeira e fibra vegetal

Hugo Negrini
Exu
Resina de poliéster e tinta automotiva

José Alves
Barca dos Exus
Madeira pintada, fibra vegetal e metal

Nelson Leirner
O cortejo
2009
Instalação

Tamba
Viagem dos exus e Exus
Cachoeira, Bahia

Aldemir Martins
Exu
1966
Aquarela e nanquim sobre papel

Carybé
Exu
Tecido, metal, madeira, conchas

Chico Tabibuia
Exus
Madeira

Exu
Nigéria
Madeira

Exu
Nigéria
Madeira

Pierre Verger
Exu
Fotografia

Chico Tabibuia
Exu
Madeira policromada

Um comentário:

  1. A fotografia de Pierre Verger, não está retratando Exú. Trata-se de um sacerdote do Orixá Oxumarê, na África.
    Da próxima vez, queira por gentileza, efetuar uma pesquisa mais abalizada, para que não cometa novos equívocos.

    ResponderExcluir